quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Do insistir e persistir.


Sabe-se Deus se foi mera coincidência, mas também esse ano me tornei capaz de entender e aceitar outros fatos, outras realidades e outras formas de pensar dos que me rodeiam. Nos primeiros dias do ano ecebi uma notícia que me travou o coração: era uma desistência. Entre tantas coisas que já aconteciam comigo, saber que aquela pessoa (a-que-la) estava abrindo mão de um sonho era quase inadmissível.

Meu primeiro sentimento foi de indignação. A vontade que eu tinha era de sacudí-lo e dizer "Cê tá ficando louco?", mas me contive. Não sei quais forças me levaram a isso, mas eu me contive. Respirei fundo e pensei "Vai passar. É só crise.". Decidi levar na valsa, ao passo que eu conseguisse, mas sentia cada vez mais que a decisão era séria. Minha indignação virou revolta, sentimento mais difícil ainda de se reservar.

Resolvi externar aos poucos o que sentia, pois sabia o quanto minha opinião era importante. Dizia que não achava que era o caminho certo, MAS (sim, em letras garrafais) que estou aqui para apoiar qualquer decisão. Tentei não dar lições de moral, apesar de precisar exemplificar o porquê dessa decisão não ser a coisa mais certa, e etc. A vontade maior era de xingá-lo e obrigá-lo a fazer aquilo que eu e 90% das pessoas achavam o correto. Mas, outra vez, me contive.

Os dias continuavam passando, e a indignação virou medo. Medo d'ele escolher aquilo, querer aquilo, fazer aquilo e desistir daquilo-outro. Então, em vez de me desesperar e recorrer a ele, chorando, para que não cometesse uma estupidez cujo preço seria alto demais a pagar, pensei em uma forma indolor e pouco perceptível de abordá-lo, positivamente, e quem sabe mostrar a ele da maneira mais didática possível que aquele caminho antes escolhido era o melhor.

Pra minha sorte, era essa a vontade dele o tempo inteiro, recoberta apenas por medo e falta de coragem. Era só preciso que alguém o tirasse daquela concha, meticulosamente, e mostrasse a claridade sem causar-lhe trauma aos olhos. Alguém que dissesse "caminhe, e caminharemos juntos, na mesma direção". Daí, ele desistiu do caminho mais fácil, voltou a insistir no mais difícil, e cá estou eu, de coração feliz e alma lavada.

Tudo isso se passou em um mês, e não sei como consegui ser tão forte. Controlar emoções tão fortes perante a alguém que sabe tudo-e-mais-um-pouco da sua vida era muito difícil, mas a vida me ensinou isso por um simples motivo: porque eu o amo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Da pureza e certeza dos fatos.





Dos últimos tempos pra cá, a vida vem me ensinando muito - ou talvez agora eu me encontre mais apta a absorver seus aprendizados. Passei por situações que nunca pensei protagonizar e vivi personagens diversos na eterna peça da vida, e só hoje, depois de muito ponderar, é que começo a aceitar tudo - e principalmente, a entender o que acontece.

Eu já anseava pelo momento pleno do encaixar de peças, do entender dos fatos e, finalmente, da compreensão real do que me ocorria. Por mais estranho que pareça o que escrevo, sinto (a cada dia mais, constantemente) certezas ressonarem pela minha mente, mas ainda assim, não consigo transcrever o que penso às letras. Para quem lê, pode parecer confuso. Mas dentro de mim, confusão é a última coisa que há.

Não consigo lembrar se, em algum momento da minha vida, fui infeliz. Talvez, se quantizassem a felicidade em cetras épocas, estas difeririam entre si, é claro. Mas sempre me recordo - mesmo em épocas mais obscuras, tristes e difíceis - de estampar um sorriso sincero no rosto. Mencionar é tão óbvio, que passa até despecebido, mas o que finalmente entendi foi que a felicidade não depende de ninguém, a não ser de nós mesmos. Quando me pego divagando no passado e folheando as memórias, percebo que sempre existia alguém comigo (de fato, nunca estive só), mas eu insistia em pensar que só era feliz por conta da companhia que tinha.

Talvez fosse preciso passar vinte e dois anos pensando em como era, como sou e como serei para formar a linha de pensamento de agora. Aquilo que me espanta, que me enerva e que me tranquiliza. Eu era feliz. Eu sou feliz. Eu sempre fui feliz e, se assim permanecer, continuarei sendo. E o que me embasbaca ao pensar é algo tão puro e simples que me faz tintilar os olhos.. Só há um motivo porque sou feliz: eu me amo.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Um do um do onze.



Itinerário do dia 31:

Acordei às 5h, re-repensando a roupa que usaria na festa de Revéillon. De primeiro, comprei um vestido azul marinho de tafetá (um tomara-que-caia lindo, que garantiria o meu conforto até o raiar do primeiro dia do próximo ano). Mas depois de olhar, e olhar, e olhar o vestido, pensei que fosse ficar arrumado demais pra minha festa, afinal de contas, eu estaria pisando em grama. Além do mais, azul no Revéillon? Não que eu seja supersticiosa (não sou meesmo), mas.. Azul? Ok, vestido azul descartado.

Uma semana antes, fui buscar um vestido preto de bandagem com rendas e tal-tal-tal, que vestiu super bem em mim. Pensei: 'É ele!', mas comecei a ponderar se a manga de renda não me deixaria com calor e, ora bolas, se eu não estaria exageradamente arrumada pra um Revéillon que parecia pedir trajes mais confortáveis. Ou não?

Então, meu despertar às cinco da matina fora porque lembrei de uma blusa que minha tia me deu, que tem um colete de pedrarias por cima, e embaixo, é uma camisa branca. Pensei: 'Perfeito! A blusa, que é branca (cor de revéillooooon! - mas eu não sou supersticiosa!), vai ficar linda com um short mais escuro, e.. Mas espera.. Que short?!'.

Não pensei duas vezes: liguei pra minha fiel escudeira (Sylvinha Rojas) e disse: 'Vou te buscar aí agora, preciiso de um short de uma cor escura pra usar hoje no Revéillon, e tu tem que me ajudar!'.

[Ressalva: Sylvinha odeia compras. Quero dizer, odeia mesmo! Logo, acompanhar alguém a fazer compras é um certo martírio pra ela e, embora eu tivesse precisado falar muitos 'por favores', ela cedeu ao meu chamado, e aceitou procurar pelas boutiques pessoenses por um short que me agradasse e, pior, que coubesse nesse meu corpo de vara-pau.]

Busquei Sylvinha por volta das 10h e saí procurando nas lojas que estivessem abertas. Depois de visitar três ou quatro lojas, paramos em uma e, advinha? Achamos um short que me agradou e que coube em mim. Jeans com stretch, não-muito-curto, confortável e bonito. Da loja, fomos até a casa dela encontrar uma blusa branca pra eu usar por baixo do meu "colete" de pedrarias (não, eu não queria usar a blusa que veio com o colete, porque acho ela feia). Depois, arrastei a Miss Simpatia da minha amiga até a minha casa, pra que ela pegasse uma blusa minha emprestada pra festa da noite. Almoçamos, e depois pedi pra minha mãe deixá-la em casa, antes de fazer as compras no supermercado.

Uma hora depois, minha mãe me liga furiosa, porque eu tinha esquecido de entregar o cartão de crédito a ela (justamente o cartão que ela usa pra fazer compras em outros lugares que não é o Hiper Bompreço). Fui levar o cartão e resolvi ficar por lá, pra ajudar com as compras, agilizar a vida e partir pro salão.

Minha mãe me 'largou' no salão, e minha cabelereira foi abrir a porta pra mim, sorrindo sarcásticamente, enquanto eu me desculpava pelo 'atrasinho-inho-inho'. Daí, acumulada com aquela sede incessante de cortar o cabelo, falei: "Amanda, corta esse cabelo, por DEUS!". Claro, não cortei curtíssimo como queria, mas ela aparou as pontas, cortou a franja e me deixou com lindas camadas.

Aproveitando o ensejo, pedi pra que ela fizesse babyliss nas minhas madeixas. "Você sabe que babyliss não pega no seu cabelo, né?". Mas, poxa, eu tinha acabado de cortar em camadas. Tinha de funcionar! Então, dei a cara a tapa, e disse: "Faça!".

Começou uma guerra de longa duração pra deixar o meu cabelo mais 'duro': laquê, pomada, mousse, um fixador diferente, babyliss, e aqueles lindos bóbes de Dona Florinda. E aííí?

P.S.: A foto está horrorooooosa, mas foi só pra ver como o cabelo tava.


Meu cabelo ficou assim, e eu pensei: "UAAAU, deu certo! Vou entrar 2011 de cachinhos, que lindo!", e saí feliz-da-vida pra buscar minhas amigas e meu namô. No caminho até a casa delas, o cabelo começou a murchar. Sim, a murchar! O cacheado virou ondulado e, quando menos esperei, alisou. Fiquei tão desapontada que não teve espaço pra ter raiva. Olhei, e disse (pra mim mesma, claro): "Quer saber, cabelinho? DESISTO! Quer ser liso, seeeja. Cansei dos babylisses que paguei à toa, s-a-c-o!". Daí, prometi que essa mais-uma frustração de não poder usar babyliss nunca/jamais não estragaria meu Revéillon - e não estragou.

Estive ao lado das melhores pessoas, e me diverti mais do que o suficiete. Bebi, também. Vodka, é.. Não é tão ruim assim. Mas ainda prefiro a Tequila, e tenho dito.

Voltamos pra casa às 6h, com o carro da minha mãe lotado de gente. Depois de dar as respectivas caronas aos meus amigos queridos, voltei pra casa, tomei aquele banho e dormi, até o meio dia, ou algo parecido. E 2011 me invadiu, que nem aqueles raios de sol que cegaram meus olhos nos primeiros momentos.

2011 parece que veio pra dizer: "Oi, sou teu. Te aproveitas, te aproveitas!". E eu, como fiel súdita, só tenho a obedecer, acolhendo esse ano nos braços e dizendo: "Você é meu, e só meu!".

Ah, 2011.. Já tava em tempo de você chegar!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em 2011...


Eu escolho viver, viver dores e decepções, tristezas e crueldades, injustiças e traições, amores e amizades, alegrias grandes e felicidades instantâneas, prazeres imensos e pequenas delicadezas, fracassos retumbantes e superações memoráveis, força insuspeita e resignações necessárias, erros crassos e vitórias incontestáveis. Eu escolho viver tudo, viver os arranha-céus e os meio-fios, as poças na calçada, a lua no céu, a areia nos pés, o caminho em cada passo, as lágrimas todas pelos melhores e piores motivos, as comemorações, as vidas que terminam e as que começam, a doença, a cura, as partidas e as chegadas, tudo o que não vai mais voltar e o que não cansamos de repetir, as noites de sono e de insônia, o escuro do mundo, o silêncio perfeito, o grito, o vento, a imperfeição. Eu escolho viver com todos os aplicativos, todos os itens de fábrica, viver all inclusive, viver o todo, os detalhes, as nuances, as ordinariedades, viver toda e cada coisa. Eu escolho viver, escolho a brutalidade da vida, escolho aceitá-la e aprender com ela, ou me declarar incapaz de entendê-la, mas eu escolho viver mesmo assim. Eu escolho viver e mudar de idéia, eu escolho ser eu mesma e orgulhar-me da vida que vivo, eu escolho viver hoje, que é só o que temos. Que 2011 seja feito de muitos hojes e que possamos escolher vivê-los todos os dias, um de cada vez, conscientes dos nossos desejos e das nossas escolhas e que não cogitemos nenhuma outra alternativa que não seja ser feliz.

E que venha 2011!